Calado is back
Fosgasse!! Escoolhe outro!!!
3 dias de onda de Salvaterra no Minho, uma vezada da ermida para baixo e uma parte de baixo do Paiva... já não está nada mal... agora, para a frente é que é caminho!
Mas a bela garganta do Águeda estava atravessada no pensamento de todos e por isso tivemos que fazer um take 2.
O ambiente continuava cinzento, os grifos ainda rondavam em círculos sempre à espera, os penhascos com de mais de 200 m de altura eram os mesmos, os acessos continuavam muito difíceis e raros. Mas o nível de água, esse, era muito diferente. Normal, perfeito para uma primeira (que era uma segunda).
Dia 1
Quase o mesmo grupo – Benjamin, Rafael, Henrique, Joaquim, Vieira, Necas e eu – apenas faltava o Paulo que está no estaleiro com uma lesão e que foi substituído pelo Castro, apresentou-se para a missão.
Com rádios para tentarmos manter contacto com a equipa de terra que nos iria ajudar a encontrar as saídas do rio, lançámo-nos novamente pela Ribeira de Tourões abaixo até entrarmos no Águeda. Que diferença!! Desta vez os primeiros rápidos que nos tinham apresentados grandes dificuldades há 3 anos agora não passavam de Cl.IV, a corrente passava entre enormes blocos de pedra que da outra vez estavam submersos, uma diferença de pelo menos 2 metros de caudal num rio bastante largo…
Rápidos muito “cegos” entre blocos, compridos, técnicos e com muitos sifões. Muitas vezes o Benjamin a arriscar sem visibilidade, a seguir o instinto para encontrar uma linha mais segura entre os enormes rochedos. Mesmo assim muitas vezes fomos obrigados a parar e reconhecer a pé algumas passagens.
Que paisagem, que ambiente se vive dentro desta primeira garganta do Águeda. Infelizmente a câmara de vídeo ficou quase sempre dentro da caixa estanque, pois o caminho era longo e não fazíamos ideia do que iríamos encontrar pela frente nem sequer qual seria o próximo acesso para sair do rio…
Cá fora, o Paulo, Zebery, Hugo, Maria e Teresa andavam a bater caminhos num 4X4 para tentar encontrar os acessos e com binóculos para nos tentar ver do alto das falésias. Afinal esta tarefa era relativamente simples pois os Grifos andavam sempre a rondar por cima de nós e assim eles sabiam sempre em que parte da garganta nos encontrávamos…
Percorridos uns 13 km e umas trocas de palavras por rádio chegámos a uma zona onde era possível sair do rio por um caminho a pé que dá acesso a um estradão. Primeira parte da missão cumprida. Ainda deu tempo para uma vista de olhos à passagem Cl.VI (muito, muito perigosa) que daria início ao percurso do segundo dia. Depois, comida, umas cervejolas e… fiesta!!!
Dia 2
Sem o Vieira, sem câmara de vídeo, sem rádios e com pouca saúde lá nos apresentámos à formatura como podíamos. Portagem no Cl.VI com um stress do Castro a escorregar numa laje de granito e aterrar ele, o kayak e a pagaia lá dentro, felizmente já no canal de saída e já depois dos sifões criminosos. Assim de repente já sabíamos de histórias sobre algumas ovelhas, cabras e um cão que não tiveram a mesma sorte…
15 km era o que faltava remar até à praia do Vau, onde se encontrava o próximo acesso. Na carta a garganta abria uns 6 km a jusante e a pendente parecia abrandar. E estava um belo dia de sol o que ajuda logo na moral da malta.
E realmente esta segunda parte é mais simples mas nem por isso menos impressionante nem menos espectacular.
Bonitas passagens em Cl.IV, mais concentradas mas mais limpas, sempre com a presença constante de sifões XL.
Antes de uma curva à esquerda paramos para tentar ver o que se passa: o rio passa pelo meio de muita vegetação e desaparece numa série de pequenos rolos, mas parece haver uma zona mais calma logo de seguida. Entramos todos nos kayaks e vamos em fila indiana, fazemos a curva e entramos numa garganta encaixada no meio de duas paredes verticais de granito com uns 5 ou 6 m de largura que nos vai acompanhar quase por 1 km. Os efeitos da água na rocha esculpiram-na com formas que têm tanto de estranho como de belo. Arredondadas, em forma de cacto, marmitas, túneis…
Pensamos como seria 3 anos atrás, com o rio em cheia… 2m a mais de água na parte de cima aqui seriam pelo menos uns 4…
Limitamo-nos a sorrir uns para os outros…
Antes da parte flat final ainda fazemos algumas passagens muito interessantes, uma delas impressionante mas nem por isso muito difícil tecnicamente, Cl IV+. Depois foi remar até ao final para encontrarmos a malta do apoio de terra esticados a apanhar uns belos banhos de sol na relva da praia do Vau…
… Tudo está bem quando acaba bem…
Sequência de imagens de uma das últimas passagens da 1ª Garganta.
Cuidado Milita eles anden aí...
Os acessos sempre tipo autoestradas (mas em obras...).
Para os Américas uma pagaia partida e um susto à camone let's go. O que se f... à grande foi o da direita, o da esquerda era mais oh yeahs e uhaus...
Mas as histórias do chile ainda não acabaram, fiquem por aí...
Zaca Traca, salta tudo fora, um dos 2 américas que ia remar conosco já se tinha equipado durante a viagem... já dava para desconfiar de alguma coisa...
O acesso à garganta de cima do nosso amigo Pal começa logo bem. Salta rede de arame farpado, desce por caminhos motocross, cordas e escadas de madeira e coiso e tal... hardcore.
E depois de cima de uma ponte natural sobre o rio Zabimba lá para dentro. Um dos américas começou logo aos gritos e aos yeahs só de fazer um tobogan de 2 metros!! Eu olho para o Rodrigo e ele abana a cabeça... isto promete.
E lá vai obra, logo a seguir começa a festa. Paragem numa contra à direita do tamanho de um camião. O outro américas vai logo de falhar a contra e temos que o pescar antes de se malhar para baixo deste jump de costados...
Mas ao 2º não falhou e vai de nadar. Um toboggan muito fixe, limpo e de uns 4 metros.
Rio abaixo, as cenas dos américas sucedem-se. Eu e o Necas vamos a curtir kenemporcosimundos, jump aqui, jump ali...
Esta era a magana que me fazia sonhar há tantos anos, uma cascata muito bonita com linha pelos dois lados e com uns 6 ou 7 metros. Lembram-se dos catálogos da Prijon? Trigo limpo...
Já nesta... foi o cúmulo do granel. Mais uma contra à direita, relativamente fácil. O américas nadador falha, vira-se, esquimota e desaparece de costas pela corrente esquerda - o rio divide-se em 3, aqui só se vêem as 2 da direita - Rodrigo larga um fuck bem alto e desaparece pela do meio (a certa). Desembarco e peço a corda ao Necas. Natacion e mas natacion, o outro américas tb foi para baixo e chegou lá sem pagaia... Fora do kayak olho para a linha por onde marchou o primeiro USA man... Cum fosgasse!!! salto de 3 metros directamente para dentro de uma drossage criminosa...
O Necas desce sem espigas, eu feito otário não recolho a pagaia no estreito e volto a repetir a piada da Córsega. É eu a aterrar e a pagaia ainda no ar a rodopiar... Ai o meu braço...
Conclusão, os Estados Unidos não ficaram com menos um habitante por milagre, mas fornicou-se todo e partiu a pagaia. Já o Rodrigo estava capaz de o suicidar. Até espumava: este motherfucker garantiu-me que sabia remar, esquimotar e estava à vontade em Cl V... e só faz merda!!!
Pois este 1º percurso do palguin está de resto. Uns rapidozitos e tal e aproximamo-nos do final. Mas aqui nada é oferecido...
Pois se a rapaziada falha a contra minúscula da esquerda no meio de um rápido, vai de marchar sem poder travar ou sair por um jump duplo de 20 metros entre paredes verticais e com uma marmita a meio. Que tal o programa?
O Brincos, que estava a fazer apoio por terra, quando viu a cena antes de nós chegarmos não estava a perceber onde é que nós podíamos sair do rio antes da cena e foi à caça de uma cana comprida para nos agarrar antes do salto para o infinito...
E de seguida faz-se uma portagem e entra-se no percurso médio (o do post aqui abaixo). Esta foto já é do final do percurso de baixo...
Confused? You wont be after the next episode of...
Outra vez Rodrigo (que estava a remar connosco com um piranha e foi trocar para um Nomad de propósito para os saltos), desta vez em pleno voo de 18 metros, a altura da 2ª cascata.
O início desta curta garganta tem uma cascata de 25 metros que Rodrigo planeia saltar e encadear com estas duas depois, sem sair do kayak... cum ózabre!!
Lá vai um Américas cena abaixo...
Relax ao sol antes de ir para o rio.
A Base da cena. O dono é um Franchuta que já se rendeu ao Chile.
Os magníficos kayaks modelo-banheira-para-pesoas-grandes-e-gordas. Mas para o que era servia muito bem.
O vulcão Osorno sempre presente e potente.
Ondas, ondaças e onditas. Um percurso fixe para fazer de rosca e mandar umas surfadelas. De banheira era mais agreste...
E mais Osorno...
E ainda...
Bué de calor, água limpa e fresca, uma paisagem de luxo.
Férias são férias cum fosgasse!
E no final da descida, quando chegou à altura de fazer contas pelo aluguer dos kayaks e transporte para o rio o bacano vira-se e diz:
"Sin cuenta" que em espanhol soa igual a "Cinquenta". Eu já me ia preparar para largar os 50 mil pesos (cerca de 80 euros) quando ele repete: SIN CUENTA, quer dizer, à pala! Epá muchas gracias e o caroço e ala dali para fora antes que ele mudasse de ideias.
Agulhas apontadas para Pucon e o nosso amigo Palguin...